domingo, 30 de novembro de 2008

Miglinha


Nome: Maria Miguel Silva Santos
Cidade: Ovar
Site: www.v2ae.com/miglinha
Loja online: através do site




Como descreverias o teu trabalho?

Utilizo um material «pobre» - usado normalmente para fazer tapetes de «trapo» - e transformo-o em peças práticas, diferentes e coloridas.



Como é que tudo começou?

Já conhecia este material e sempre achei que tinha grandes potencialidades. Quando me apercebi que estava disponível para venda e que existiam cores fantásticas comecei a experimentar fazer algumas peças simples – carteiras, pregadeiras, cestos, etc.. Isso aconteceu há cerca de quatro ou cinco anos e ainda continuo a descobrir novas aplicações para este material.

Como escolheste o nome do teu projecto?

O nome do projecto tem a ver com o meu nome. Tratam-me por Miguelinha desde pequenina e o amigo que me fez o site e que pensou no logótipo achou giro usar esse diminutivo introduzindo o material que utilizo - «linhas» e assim nasceu o mig____. Além disso, no site brincou ainda com a «linha» house e a «linha» fashion e acho que resultou muito bem.

Porquê fazer crafts? O que é que te motiva?

Sempre gostei de manualidades. Em adolescente fazia as prendas de Natal para oferecer às tias e a amigos (espelhos pintados à mão, peças em barro), sempre com embrulhos diferentes e originais. Penso que esse gosto não se perde. Gosto essencialmente que gostem do que faço, que achem os meus trabalhos originais e diferentes.

Os crafts são um trabalho a tempo inteiro? O que ocupa os teus dias?

Os crafts são um passatempo. Trabalho nos serviços administrativos numa escola mas tenho um horário que me permite ter algum tempo para me dedicar ao meu hobby.

De onde vem a inspiração para os teus trabalhos?

Geralmente começo uma peça sem uma ideia muito definida e à medida que vou progredindo no trabalho vou começando a visualizar o resultado final. Outras vezes já tenho uma ideia pré-definida da peça. A inspiração vai surgindo com a evolução do trabalho que tenho em mãos. O fio condutor comum é a cor.



Onde é que encontras os materiais para os teus projectos?

Já foi mais fácil encontrar este tipo de material nas cores fortes que habitualmente uso. Por outro lado agora é mais fácil encontrar locais que vendam os «tirelos», como por exemplo retrosarias e lojas do género.

De todo o processo de produção das tuas peças qual é a parte que mais te agrada?

A única parte de que gosto menos é dobar o fio, mas a partir daí todos os passos do processo criativo são interessantes. No entanto, um toque final numa peça como um pormenor, uma aplicação, que vai marcar a diferença nesse trabalho, fazer com que seja único, dá-me um gozo enorme.

Como é que divulgas o teu trabalho?

Tenho o site, tenho peças em algumas lojas e vou a uma ou outra feira que considere interessante. Além disso há sempre o amigo que fala ao amigo, que fala ao amigo…



A internet tem um papel importante na divulgação do teu projecto?

O meu site é um cartão de visita e mostruário do que vou fazendo. Não tenho, no entanto, muito feedback em termos de encomendas através do site.

O que achas da actual moda do artesanato urbano?

É um fenómeno com aspectos positivos e negativos. Positivos no sentido em que as pessoas dão agora, novamente, mais importância ao que é artesanal, único, diferente. Por outro lado, valorizam a utilização de materiais reciclados, reutilizáveis. O lado negativo de qualquer «moda» é o mercado estar a ser «encharcado» com imitações, com coisas com pouca qualidade, etc.. No entanto, penso que os trabalhos verdadeiramente diferentes ou inovadores acabam por se destacar.

Que conselho darias a quem ainda anda à procura do seu próprio estilo nos trabalhos manuais?

Observem e aprendam a dominar a técnica, mas a partir desse ponto tentem desenvolver projectos e peças únicas, diferentes do que costumam ver, que tenham claramente a vossa assinatura, que as pessoas vejam e reconheçam como vossa e de mais ninguém.

Podes partilhar alguns dos teus crafters favoritos?

Gosto de muitas coisas de muitos crafters. A lista seria longa!

Quais são os teus sonhos para o futuro?

Continuar a puxar pela imaginação e não estagnar em termos de criatividade. Há ainda tantas coisas giras para fazer…

domingo, 23 de novembro de 2008

Saídos da Concha


Nome:
Constança Cabral (Concha)
Cidade: Lisboa
Blog: saidosdaconcha.blogspot.com
Loja online: saidosdaconcha.etsy.com
Flickr: www.flickr.com/photos/saidosdaconcha




Como descreverias o teu trabalho?

A minha primeira preocupação reflecte-se na escolha dos tecidos: procuro têxteis 100% algodão, com padrões definidos e alegres e cores animadas. Gosto muito de bolinhas, riscas e flores grandes e normalmente cada tecido transporta-me para um determinado ambiente: quadrados encarnados e brancos para uma cozinha francesa de campo, flores mais açucaradas para uma nursery inglesa, azuis-claros e brancos para a Suécia e por aí fora…



Sentar-me à máquina de costura traz sempre algo de novo, porque raramente repito as peças e escolho sempre novas combinações de tecidos. Nunca faço nada à pressa e, se não sair bem à primeira, prefiro desmanchar e começar novamente. Costumo ficar satisfeita com o resultado! :)

Por fim, coloco etiquetas e embrulho as encomendas como se tratassem de presentes.

Como é que tudo começou?

A história do Saídos da Concha é relativamente recente. Tudo começou há dois anos com a descoberta do livro Home-Made Vintage, de Cristina Strutt, numa livraria em Londres; ao folheá-lo, imediatamente me ocorreu que eu própria poderia tentar transformar tecidos em objectos. Com vontade de aumentar o meu conhecimento sobre o assunto, descobri todo um universo crafty na internet. Isso coincidiu com uma visita a uma feira de artesanato urbano em Lisboa: a amiga que me acompanhava queria comprar um saco, ao que eu prometi fazer-lhe um com tecidos à sua medida. Ficámos ambas muito contentes com o resultado e, desde esse dia, nunca mais parei.



Como escolheste o nome do teu projecto?

Saídos da Concha foi a melhor expressão que encontrei para descrever os artigos de tecido que eu própria faço. Cada peça é criada como se fosse para mim ou para minha casa. Sempre que faço algo, não consigo deixar de imaginar a vida que esse objecto irá levar a partir do momento em que for oferecido ou comprado.

Porquê fazer crafts? O que é que te motiva?

Desde pequena que gosto de «fazer coisas». Durante muito tempo o meu meio preferencial foi o papel; mais tarde, e mesmo antes de saber coser, comecei a juntar tecidos. Hoje em dia, nada me motiva mais que ver um tecido unidimensional transformar-se num objecto com uma utilidade definida por mim. Coser, para mim, é verdadeiramente libertador: não tenho de ficar à espera que as lojas vendam aquilo que quero para mim, para minha casa ou para as minhas amigas – posso fazê-lo!

Os crafts são um trabalho a tempo inteiro? O que ocupa os teus dias?

Quem me dera poder passar os meus dias a coser e a trabalhar a minha marca! Os crafts são parte dos meus dias mas também faço outras coisas: trabalho com um professor universitário e estou a fazer um mestrado em História.



De onde vem a inspiração para os teus trabalhos?

Desde os 10/12 anos que gosto de ver revistas e livros de decoração e de moda. Outro dos meus grandes interesses é a História, sobretudo a História do quotidiano: interiores, vestuário, materiais e vivências. Por outro lado, é inegável que a internet é um canal bestial de circulação de ideias: sou constantemente inspirada por projectos que vejo aparecer em blogs e no flickr.

Onde é que encontras os materiais para os teus projectos?

Compro a maioria dos meus tecidos online. Grande parte vem dos EUA, mas tenho chitas de Alcobaça, linho português, tecidos ingleses e japoneses. Muitas vezes compro tecidos-em-potência, como toalhas de mesa, panos da loiça, guardanapos...



De todo o processo de produção das tuas peças, qual é a parte que mais te agrada?
Sem dúvida, a escolha dos tecidos. Adoro pensar em determinada pessoa ou em determinado projecto e escolher os tecidos ideais para esse propósito.

Como é que divulgas o teu trabalho?

Através do meu blog. Apesar de o blog não ter sido criado com o intuito exclusivo de publicitar aquilo que faço, é claro que acabo por falar muito do processo criativo, daquilo que me inspira, dos livros e tecidos que compro, dos meus mais recentes projectos...

A internet tem um papel importante na divulgação do teu projecto?

Acho que acabei de responder a parte desta pergunta! :) Por outro lado, é no Etsy (plataforma de lojas online) que vendo as minhas peças. Sem computador e sem internet não existiria a marca Saídos da Concha.



O que achas da actual moda do artesanato urbano?

Acho que é fruto de uma vontade de viver de outra forma, uma espécie de alternativa a este mundo de imediatismo («usa-e-deita-fora») e massificação em que vivemos e que se encontra em fase de esgotamento. Cada vez mais há pessoas que querem vidas mais simples e verdadeiras e que valorizam peças únicas, elaboradas com materiais de qualidade e por gente verdadeiramente empenhada no que faz (em oposição a produtos massificados que são todos iguais).

É verdade que estamos a atravessar uma fase nostálgica, de valorização do vintage, em que o handmade se identifica com valores tradicionais e pertencentes ao passado. Mas, a meu ver, este movimento é muito mais do que isso: não se trata de olhar para trás, mas sim de um verdadeiro passo em frente. Buy handmade é o mesmo que escolher produtos biológicos/orgânicos. Sim, são um pouco mais caros, mas são muito mais verdadeiros e têm muito mais sabor.




Que conselho darias a quem ainda anda à procura do seu próprio estilo nos trabalhos manuais?

Deitar mãos à obra! Ir experimentando até se sentir confortável e identificado.

Podes partilhar alguns dos teus crafters favoritos?

A Jenny, a Jennifer, a Rashida, a Karyn, a Alicia, a Amanda , a Manda, a Jane e a minha mãe!

Quais são os teus sonhos para o futuro?

Dedicar-me a sério a desenvolver a marca Saídos da Concha. Tenho muitas ideias e projectos mas falta-me tempo e «espaço mental» para andar para a frente!

domingo, 16 de novembro de 2008

Wishes and Heros


Nome:
Ricardo Rodrigues
Cidade: Lisboa
Blog: wishes-heros.blogspot.com
Loja online: através do blog ou do flickr
Flickr: flickr.com/photos/wishes-heros




Como descreverias o teu trabalho?

Acho que é tão variado que se torna difícil de descrever. Não gosto de me limitar a uma só linguagem a um só «estilo».

Como é que tudo começou?

Não posso definir como é que começou porque sempre fiz «coisas», sempre tive necessidade de me exprimir plasticamente, sem qualquer preconceito em relação a materiais. Lembro-me que em pequeno desmontava tudo, tirava os motores dos carros a pilhas para fazer outros objectos. Acho que a ideia de transformação me agrada.



Como escolheste o nome do teu projecto?

Juntei duas palavras que gosto, a «wishes» e a «heros». «Wishes porque desejos todos temos e a palavra tem uma certa magia. «Heros» (correctamente escrita deveria ser «heroes», mas resolvi tirar o «e» para o nome não ficar muito comprido) porque gosto da ideia de herói. Pode ser o que quisermos, mas acho que todos temos os nossos. O nome tem também a ideia de feminino e masculino, wi(she)s & (he)ros, é universal.

Porquê fazer crafts? O que é que te motiva?

O que me motiva é a ideia de criar alguma coisa, sejam «crafts» ou outra coisa qualquer. O movimento do pensamento criativo...

Os crafts são um trabalho a tempo inteiro? O que ocupa os teus dias?

As «coisas» que apresento no blog e os livros que tenho ilustrado não são um trabalho a tempo inteiro, são fruto dos tempos livres. Profissionalmente sou designer gráfico.



De onde vem a inspiração para os teus trabalhos?

De tudo o que vejo. E de um imaginário próprio que todos temos.

Onde é que encontras os materiais para os teus projectos?

Em todo o lado. Muitos são gentilmente oferecidos, outros compro on-line ou na retrosaria da esquina, onde veja algo que me interessa.

De todo o processo de produção das tuas peças qual é a parte que mais te agrada?

A parte em que está acabada, sou impaciente...



Como é que divulgas o teu trabalho?

Principalmente através da internet.

A internet tem um papel importante na divulgação do teu projecto?

Acho que tem o papel principal.

O que achas da actual moda do artesanato urbano?

Acho positiva. Tudo o que implica pessoas a criar acho sempre bom, mas é claro que quando a moda passar só os mais criativos vão resistir, ou não...



Que conselho darias a quem ainda anda à procura do seu próprio estilo nos trabalhos manuais?

Não sou muito bom a dar conselhos, mas principalmente não tenham medo de arriscar, seja com os materiais, seja com as formas.

Podes partilhar alguns dos teus crafters favoritos?

São muitos...

Quais são os teus sonhos para o futuro?

Continuar a criar! Tudo o que vier a mais é bem-vindo!