domingo, 30 de maio de 2010

The Golden Plague



Nome: Áurea Praga
Cidade: Porto
Blog:
goldenplague.blogspot.com
Loja online: www.etsy.com/shop/thegoldenplague



Como descreverias o teu trabalho?

Há pouco tempo, uma rapariga enviou-me uma mensagem no Etsy a dizer-me que as minhas peças a faziam sorrir. Acho que é mesmo isso: com o meu trabalho tento comunicar alguma coisa, levantar questões, contar uma história que faça sorrir. Tento passar aos outros a poesia do que vejo à minha volta da melhor forma que consigo.



Como é que tudo começou?

Bem, quando pensei pela primeira vez em experimentar o campo da joalharia, pensei fazê-lo como um presente para mim. Trabalhava em design gráfico e fazia ilustração, mas a dada altura precisava de uma nova forma de expressão e a ideia de utilizar o corpo como suporte para colocar o meu trabalho e o contacto directo com materiais novos, como o metal, foi o que mais me atraiu. O facto de hoje em dia fazer dinheiro com isso é um bónus, mas tudo surgiu de uma necessidade pessoal de explorar algo novo.



Como escolheste o nome do teu projecto?

Ui, isso é uma longa história, fica para a próxima :)

Porquê fazer crafts? O que é que te motiva?

Acho que sou uma control freak, hehehe. E no universo dos crafts, a maior parte das vezes, o criativo tem de ter uma equipe dentro dele próprio. Hoje em dia, para além de conceber e executar todas as minhas peças, fotografá-las e escrever as descrições para lojas online, também faço as minhas embalagens, etiquetas, cartões, logos, banners, etc. E ainda faço a divulgação e comunico com cada cliente, respondo a questões e encomendas e sou também eu que as entrego nos correios pessoalmente. Esta multiplicidade de funções é o que mantém a minha flexibilidade mental em forma. Por outro lado, ser responsável pelo processo completo obriga-me a estar sempre a aprender e a ter consciência do meu enquadramento geral a nível de qualidade.



Os crafts são um trabalho a tempo inteiro? O que ocupa os teus dias?

Um dia creio (espero) que venham a ser, mas por agora também dou aulas para garantir as contas pagas ao fim do mês.

De onde vem a inspiração para os teus trabalhos?

Vem principalmente da beleza do que me rodeia. Que existe mesmo nas coisas mais pequenas, mesmo, por vezes, nas mais violentas. Vivemos num mundo sobrecarregado de informação. Costumo dizer que me alimento de beleza e de caos.



Onde é que encontras os materiais para os teus projectos?

A maior parte das matérias primas e ferramentas compro-as em Gondomar e em lojas especializadas em material de joalharia, mas comecei recentemente a adquirir algumas delas pela internet. No próprio Etsy, onde vendo, encontram-se materiais interessantes. É uma forma de contribuir, como compradora, para um sistema que também me dá tanto.



De todo o processo de produção das tuas peças qual é a parte que mais te agrada?

Tenho a sorte de retirar satisfação de todas as fases do processo, mas se tivesse de escolher apenas uma, seria a parte criativa.



Como é que divulgas o teu trabalho? A internet tem um papel importante na divulgação do teu projecto?

Sim, a maior parte da divulgação que faço, senão a totalidade, é online. No Etsy, que também divulga os seus próprios criativos, e através de ferramentas como o Twitter e o Facebook. E, claro, no meu blog que acaba por ser a sede dos acontecimentos e que tento manter actualizado sempre que possível.



O que achas da actual moda do artesanato urbano?

Acho muito bem. Fazia falta. Acho que é um incentivo à criatividade e agrada-me muito o ambiente de entreajuda que se respira neste novo nicho de artistas e artesãos. Talvez por ser um movimento recente, senti desde o início uma grande abertura para partilhar dicas e sugestões (tento fazê-lo eu agora, sempre que posso), o que é muito importante para quem está no início e tudo parece tão complicado.



Que conselho darias a quem ainda anda à procura do seu próprio estilo nos trabalhos manuais?

O principal conselho que posso dar é que façam algo de que realmente gostem. Quando fazemos um trabalho sincero, pelo qual nos conseguimos apaixonar, partilhamos com os outros algo de único e genuíno. E, como disse Albert Camus, «any authentic creation is a gift to the future».



Podes partilhar alguns dos teus crafters favoritos?

Entre muitos outros: Mary John of Kings, Timotht Adam Designs, The Runny Bunny, BCM 999, Art Mind.

Quais são os teus sonhos para o futuro?

Primeiro, quero acabar a pós-graduação que estou a tirar em Design de Joalharia. Depois, espero poder desenvolver alguns dos projectos que comecei nas aulas e a partir deles criar novas séries de peças. Mas o meu sonho é encontrar sempre formas de melhorar o meu trabalho e comunicar melhor através dele. Se puder viver disso, viajar e fazer uns workshops de vez em quando, tanto melhor. Então se estiver sol, parece-me perfeito!

domingo, 23 de maio de 2010

otchipotchi



Nome: Paula Valentim
Cidade: Almeirim
Blog: otchipotchi.blogspot.com
Site: http://www.paulavalentim.com/ [ brevemente disponível ]
Loja online: otchipotchi.bigcartel.com
Flickr: www.flickr.com/photos/otchipotchi




Como descreverias o teu trabalho?


Uma constante procura de simplicidade e tranquilidade.



Como é que tudo começou?

Há uns anos experimentei umas aulas pós-laborais de cerâmica e o «bichinho» ficou. Na altura eu era bibliotecária e vivia em Londres. Quando regressei a Portugal decidi mudar de vida, tirei o curso de cerâmica na Ar.Co que terminou no Outono de 2009 e acabo de montar o meu próprio atelier onde estou a começar a trabalhar.



Como escolheste o nome do teu projecto?

Criei-o a partir de uma brincadeira de palavras em inglês. Não quer dizer absolutamente nada mas gosto da sonoridade do nome.

Porquê fazer crafts? O que é que te motiva?

O fazer nascer algo que não existia antes, o enorme desafio que é trabalhar em cerâmica e, principalmente, em porcelana que é o material que estou interessada em explorar por excelência.



Os crafts são um trabalho a tempo inteiro? O que ocupa os teus dias?

A cerâmica está neste momento a começar a ser um trabalho a tempo inteiro. A otchipotchi é apenas a parte mais comercializável, digamos assim, deste projecto maior que é a cerâmica para mim. Para além de criar peças para a otchipotchi, estudo, investigo sobre cerâmica e estou a desenvolver um outro trabalho em paralelo.



De onde vem a inspiração para os teus trabalhos?

Para a otchipotchi sou essencialmente influenciada pela natureza mas também por memórias.

Onde é que encontras os materiais para os teus projectos?

Não tenho muita escolha, tenho mesmo de recorrer a fornecedores de materiais cerâmicos. Mas por vezes também uso plantas e vários objectos… gosto muito de experimentar.



De todo o processo de produção das tuas peças qual é a parte que mais te agrada?

O final. Na cerâmica há uma grande ansiedade até ao final. Tudo é determinado pela última queima da peça… até lá são horas de espera e horas de trabalho podem ficar reduzidas ao fracasso. Por isso não descanso até ver as peças terminadas.

Como é que divulgas o teu trabalho?

Principalmente através do meu blog e do Flickr.



A internet tem um papel importante na divulgação do teu projecto?

Sim, absolutamente.

O que achas da actual moda do artesanato urbano?

Penso que começou de uma forma engraçada e apelativa, mas neste momento há muitas pessoas a fazer muita coisa, normalmente pouco diversificada e interessante e futuramente haverá inevitavelmente uma evolução e uma selecção natural do que existe.



Que conselho darias a quem ainda anda à procura do seu próprio estilo nos trabalhos manuais?

Trabalhar muito, observar muito, não ter preconceitos, não ter receio dos desafios, não desistir, identificar as respostas dentro de si e não nos outros, algo que só se consegue experimentando.



Podes partilhar alguns dos teus crafters favoritos?

Confesso que tenho uma certa dificuldade. Gosto muito de trabalhos de gente muito boa e que me têm chegado através da internet. Não sei é se lhes devo chamar crafters. A minha dificuldade está na definição da palavra crafter que é usada de uma forma demasiado abrangente e pouco clara.

Essas são pessoas cujo o trabalho gosto muito, que considero de uma extrema qualidade onde é visível uma reflexão constante sobre o que fazem. É essa reflexão e o percurso que fazem que me interessa principalmente e é talvez por isso que sou mais inclinada a defini-los como artistas.

Deixo aqui dois exemplos ambos em cerâmica porque acho que o trabalho que se faz hoje em dia em cerâmica é muito pouco conhecido e porque me identifico bastante com o trabalho destes dois ceramistas: Edmund de Waal e Valéria Nascimento.
 
Quais são os teus sonhos para o futuro?


Trabalhar diariamente e tentar desenvolver um bom trabalho a nível técnico e conceptual no qual estou agora a dar os meus primeiros passos.

domingo, 16 de maio de 2010

Pinga Amor



Nome: Ana Lília Jordão
Cidade: Vila Nova de Gaia
Blog: http://www.pingaamor-aj.blogspot.com/
Loja online: http://www.pingaamor.etsy.com/



Como descreverias o teu trabalho?

É um trabalho na sua maioria personalizado, quase sempre são peças únicas, onde os pequenos detalhes têm uma grande importância. São peças muito femininas, românticas, com um toque vintage que ajudam a compor uma história de amor…



Como é que tudo começou?


Tudo começou, precisamente, por causa de uma história de amor, em que eu tive o prazer de poder participar e realizar alguns dos detalhes, numa época em que me sentia um pouco perdida profissionalmente. As coisas começaram a fazer mais sentido e assim nasceu o Pinga Amor!



Como escolheste o nome do teu projecto?

Quando já tinha bem definido o que queria fazer, que área «explorar», faltava um peça fundamental… o nome ideal para o projecto! Mas essas coisas não acontecem quando queremos; um belo dia em que a folha com a lista de nomes continuava em branco, uma das minhas gatas - a Pinga - deu um salto para cima da mesa, levou tudo à frente e depois ficou com os seus lindos olhos azuis de arrependimento a olhar para mim… Foi quando eu disse: «És mesmo uma Pinga Amor!»… o nome já não me saiu mais da cabeça e achei que fazia sentido utilizá-lo.



Porquê fazer crafts? O que é que te motiva?

Muito sinceramente é a satisfação de poder realizar, construir algo com as minhas próprias mãos, para mim e para outras pessoas. Adoro ver a expressão no rosto das pessoas, é o que mais me motiva! Poder contar algo e dar significado a um objecto que fica como recordação de um momento especial!

Os crafts são um trabalho a tempo inteiro? O que ocupa os teus dias?

Infelizmente ainda não é um trabalho a tempo inteiro, confesso que até é complicado chamar «trabalho» ao que faço, porque para mim é muito mais que isso. Ainda não me posso dedicar a 100% ao que mais gosto de fazer. Por isso, neste momento, o Pinga Amor ocupa os meus dias a 80% e os restantes 20% ocupo-os num part-time como colaboradora numa loja onde tenho as melhores colegas do mundo!



De onde vem a inspiração para os teus trabalhos?

Basicamente de tudo o que me rodeia. As melhores fases de inspiração surgem na maioria de coisas tão simples… de uma nova amizade, de um lugar novo, de um padrão de um tecido, na cor de uma flor, de um aroma que nos faz lembrar algo, do sabor de algo delicioso…



Onde é que encontras os materiais para os teus projectos?

Como moro em Vila Nova de Gaia, as retrosarias da baixa do Porto são um dos meus locais preferidos para fazer compras e onde encontro uma boa parte dos materiais que preciso, mas também compro muita coisa através da Internet e quase sempre são materiais que vêm dos Estados Unidos e Inglaterra.

De todo o processo de produção das tuas peças qual é a parte que mais te agrada?

É complicado de responder qual a parte que mais gosto, mas posso nomear quatro fases de todo o processo de produção: quando falo com a pessoa/cliente e trocamos ideias, quando supero mais uma dificuldade/barreira e o meu trabalho evolui, quando recebo o feedback dessa mesma evolução e a expressão das pessoas quando as peças estão finalizadas.



Como é que divulgas o teu trabalho?

Através do meu blog, da minha loja no Etsy, do portal O Nosso Casamento, dos amigos e família (que têm sido fundamentais e que me dão muito apoio) e brevemente através do site Simplesmente Branco (a partir do dia 17 de Maio), um projecto ambicioso e muito desejado, que vai mostrar às pessoas novas perspectivas numa área que não prima pela diversificação em Portugal. E também a todos que gentilmente colocam o link do meu blog nas suas páginas pessoais e nos blogues dos seus projectos.

A internet tem um papel importante na divulgação do teu projecto?

Sem dúvida.



O que achas da actual moda do artesanato urbano?

Como todas as modas, tem os seus aspectos positivos e negativos. Para uns é um escape ao dia a dia e à frustração de algo que não conseguiram realizar; para outros é uma maneira de expressar o que lhes vai no pensamento e mostrar a verdadeira essência de que são feitos e ainda há aqueles que não encontram um lugar, um rumo a seguir…

Que conselho darias a quem ainda anda à procura do seu próprio estilo nos trabalhos manuais?

Que sejam verdadeiros com vocês próprios, façam algo que vos diga algo e vos diferencie. Que tentem aprender com as dificuldades que vão aparecendo, aproveitem ao máximo a ajuda de quem gosta de ajudar e que SONHEM MUITO!



Podes partilhar alguns dos teus crafters favoritos?


Tenho muitos, vou apenas nomear alguns que já aqui passaram sem nenhuma ordem específica: Matilde Beldroega, Isabel Rocha Leite, Beijos de Algodão, Rita Vaz Origami, Details Lover by Ema, Miss Needle, Papoila Menina, Mané Pupo, Elotopia...

E ainda: LluvavSeptember House, Emilie Friday, Cotton Bird Designs, Lollipop Workshop, Which Goose, Red Hot Pottery, Heather Bailey, Amy Butler, Martha Stewart.

Quais são os teus sonhos para o futuro?

Que o projecto Pinga Amor voe mais alto e que continue a fazer parte da minha vida sem tempo definido e que, entretanto, algumas ideias antigas e persistentes na minha cabeça ganhem finalmente vida. Que as peças continuem a contar histórias de amor…

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O Vidas Crafty está de volta!

Obrigado por todos os emails e comentários para saber novidades do Vidas Crafty. Estamos de volta!